2º ano

Colonização do Brasil


Visões do paraíso - História - Ensino Médio - Telecurso

Você vai viajar com Pedro Álvares Cabral e Pero Vaz de Caminha. Verá que, com os portugueses, aconteceu a mesma coisa que havia acontecido com os espanhóis: quando eles chegaram à terra onde hoje é o Brasil, pensaram que tinham chegado no paraíso. Além disso, saberá quais foram os primeiros experimentos de ocupação da terra e vai conhecer os motivos que determinaram a efetiva colonização dessa parte portuguesa da América.

Fonte: canal do Novo Telecurso no Youtube -

O início da Colonização Portuguesa - História - Ens. Médio - Telecurso

Para tornar a colonização atraente, foram criadas as capitanias hereditárias. Você vai ver que, com o fracasso desse sistema, surgiu uma forma de administração, que centralizava o poder nas mãos do governador geral. Verá, também, que a região Nordeste, principalmente o estado de Pernambuco, se tornou o centro da produção de açúcar da colônia.

Fonte: canal do Novo Telecurso no Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=qEsl6_C9Jqg


A Colonização da América Espanhola e Inglesa


De um modo geral, as coroas europeias tiveram por objetivo transformar suas colônias em áreas de exploração econômica exclusiva. Sendo assim, as colônias americanas passaram a desempenhar um papel fundamental para o desenvolvimento das economias metropolitanas, formando o chamado sistema colonial mercantilista.

Dê um clique!
No link abaixo você pode baixar um texto extraído do livro História das Sociedades: das sociedades modernas às sociedades atuais, escrito pelo historiador Rubim Aquino, que traz uma reflexão sobre o processo de colonização da América inglesa e espanhola.

Boa leitura!


Prepare a pipoca e a coca-cola



Filme: 1492 a conquista do paraíso


O filme traz uma apreciação do cenário europeu do século XV, bem como uma leitura de como se deu o primeiro contato entre europeus e os povos que habitavam o continente na ocasião da chegada de Cristóvão Colombo e seus homens. Dilemas quanto ao formato e tamanho do planeta terra, inquisição, guerras religiosas, interesses econômicos e políticos, entre outras, são questões abordadas no filme de maneira criativa. Certamente é uma obra que vale a pena assistir.




AS SOCIEDADES AMERÍNDIAS E O SEU AMBIENTE


Na véspera do contato espanhol com a América existiam cerca de 40 milhões (este é um número provável, dada a dificuldade de ser estabelecido com rigor; outras estimativas apontam para um número superior de habitantes) de indígenas americanos vivendo no hemisfério ocidental, desde os Inuits e Aleútes das altas latitudes da América do Norte aos Ona e Iagan do estreito de Magalhães e do cabo Horn.
Entre os trópicos de Câncer e de Capricórnio tinha surgido e florescido algumas das maiores e mais representativas civilizações que a humanidade criara, apesar de serem totalmente desconhecidas para a Europa e, eventualmente, para a Ásia pré-colombianas. Cada um dos tipos de culturas conhecidas na Europa estava também presente na América, desde os caçadores – recolectores a simples sociedades agrícolas até a poderosos impérios.
Hoje muita dessa antiga magnificência pouco mais é do que uma recordação, e nalguns casos nem isso, enquanto séculos de destruição europeia, militar, cultural e religiosa, bem como as razias provocadas pelas doenças europeias, reduziam essas populações a uma fracção do que eram. Com a excepção da Bolívia ou do Paraguai, onde o guarani é uma das línguas nacionais, nenhuma outra língua nativa americana tem um estatuto oficial entre as modernas nações-Estado da América, nem qualquer representante indígena americano foi alguma vez creditado nas Nações Unidas que, somente em 2007 , assumiu uma declaração dos direitos indígenas. 
Caberia aqui dizer que o termo indígenas não se aplica somente aos povos originais do continente americano. Por todo o mundo existem 300 milhões de pessoas pertencentes a povos indígenas cuja característica é a de serem autóctones das suas terras, ou seja, povos originais de um dado lugar. Muitas vezes este termo é confundido com nativos. Em rigor, um nativo é alguém que nasceu num território, podendo não ser originalmente desse mesmo território, como o caso dos euro-americanos. A presença de povos indígenas é também constatável na Europa, como os Sami na Lapónia e outros povos no Báltico. Existe um Concelho Mundial de Povos Indígenas que tem alguma representação nas Nações Unidas desde os anos 70.
No continente americano, atualmente, existem 68 línguas indígenas, sendo o total desta população estimada em 100 milhões de pessoas, maioritárias em países como a Guatemala ou a Bolívia. Seja como for, os indígenas reclamam-se como povo e não como minorias, tendo sido sujeitos a um etnocídio paralelamente à indigenização da pobreza ao longo do continente americano. Os indígenas são sempre as comunidades mais pobres, no entanto estes mantêm de facto – longe dos sofismas politico-morais e inconsequentes das sociedades tecnocratas – uma estreita relação com a natureza e a terra; como com os valores comunitários e coletivos.
Para além dos “selvagens” que povoam o imaginário híbrido dos consumidores, os indígenas reclamam outro modo e conceito de desenvolvimento para os seres humanos: viver bem, com os recursos naturais em contraponto ao viver melhor, com a consequente produção de milhares de bens de consumo ou vivendo da especulação. Naturalmente, os princípios indígenas contradizem o modelo econômico globalizado do qual, aliás, foram as vítimas mais letais. Apesar de tudo, desde à 15-20 anos a situação dos indígenas americanos melhorou sensivelmente; por exemplo, os Misquitos da Nicarágua ou os Cuna do Panamá tem já formas de auto-governo, as constituições equatoriana e boliviana assumem já princípios indígenas, como o carácter inviolável da terra, sendo a constituição da Bolívia a mais avançada nestes pontos.
Na modernidade da América Latina as questões de classe passaram para questões de identidade e, graças aos movimentos indígenas, as novas constituições tendem a seguir o caminho de Estados Plurais-Nacionais. Líderes indígenas vêm todos os anos à universidade Carlos III em Madrid frequentar cursos, nomeadamente na área dos direitos humanos e o VHS revolucionou a relação indígena com o registo da sua memória e cultura, sobretudo no México e no Brasil. 
Mas os atentados e violações são ainda atrozes, desde questões de exploração e roubo territorial, supressão consciente e sistemática de vidas e identidade e problemas endémicos profundos, como a questão das farmacêuticas americanas e ocidentais terem usado conhecimentos de ervanária ameríndia sem pagar quaisquer direitos. Tratados ao longo da história como uma muito desprezada mas necessária força de trabalho pelos católicos latino-americanos, e como diabos muito temidos pelos protestantes anglo-americanos, nunca houve uma grande hipótese de futuro para os indígenas americanos, em particular nas áreas mais favoráveis para a colonização europeia, dada a estrutura industrial e tecnológica desta última quando comparada mesmo com a mais integra das sociedades ameríndias.

Das cerca de 300 línguas diferentes existentes no mundo, ou seja, línguas mutuamente ininteligíveis, quatrocentas eram faladas no hemisfério ocidental, mas, tal como acontece com as estimativas de população, é difícil ser exacto a este respeito. O problema em ambas as áreas de investigação está em que os primeiros censos, e os primeiros vocabulários ou dicionários, foram registados décadas ou até séculos depois do contacto inicial com a Europa, quando a desordem causada pela doença, repressão, extermínio e expulsão tinha cobrado o seu tributo. Os linguistas, a começar pelo major John Wesley Powell, no século XIX, classificaram essas línguas em cerca de 100 «famílias» geneticamente relacionadas, semelhantes, na sua amplitude, à família indo-europeia de línguas (que incluem a maior parte das linguagens da Europa, Pérsia e Índia). 
Uma tal diversidade linguística é um argumento a favor de um longo período de isolamento cultural entre os dois continentes. Com a excepção dos inuits, cuja linguagem se encontra dos dois lados do estreito de Bering, não se encontrou nenhuma língua indígena americana com ligações positivas com qualquer das línguas do Velho Mundo, apesar de terem sido apresentados alguns argumentos a favor da afinidade do athapascan (falado no Nordeste da América e pelos Navajo e Apache do Sudoeste americano) com certas línguas da Ásia Oriental. 
Não obstante não se poder apontar uma origem asiática para as línguas do continente americano, entre os antropólogos físicos não há dúvidas de que os indígenas americanos são todos descendentes de raças mongolóides. Uma vez que permaneceram tanto tempo no hemisfério ocidental, com todos os seus extremos ambientais, a seleção natural agiu sobre as populações iniciais para produzir diferenças de físico e de outras características fenotípicas. Os Inuit, por exemplo, que vivem em condições de extremo frio, têm tendência para apresentar troncos espessos e extremidades curtas, tratando-se aparentemente de uma adaptação para baixar o nível de perda de calor no corpo, e em geral os indígenas americanos das latitudes mais elevadas (mas não os Inuit) são mais altos e pesados do que os das regiões tropicais. No entanto, não há motivos para se pensar que para a América pré-colombiana se tenha verificado um influxo de povos vindos de outro lado que não a Ásia.

Apesar de as massas de terra das Américas do Norte e Sul serem apenas uma fracção da Eurásia e África combinadas, o que pode justificar uma mais pequena população indígena e menos linguagens no dito Novo Mundo, os ambientes são muito diversificados, pois os povos ameríndios encontravam-se espalhados por todo o continente, desde os Inuit polares do Norte da Gronelândia até aos povos da Terra do Fogo da ponta Sul do continente americano. Assim é impossível generalizar a respeito do ambiente em que se encontravam os indígenas americanos. 
A característica geofísica mais notável do hemisfério ocidental é a grande cordilheira que se estende desde o Alasca, ao longo das montanhas Rochosas, e continuando pela cadeia de montanhas dos Andes a Oeste da América do Sul. A Leste desta «espinha dorsal» da América a terra é em grande parte baixa, com vastas planícies fluviais, como a bacia do Mississípi, na América do Norte, e do Orinoco e Amazonas, na América do Sul. As excepções a esta topografia são as montanhas Apalaches, no Leste dos Estados Unidos, e as terras altas do Brasil. 
Contudo, para estabelecermos os limites do desenvolvimento cultural e da população; a tolerância ao frio das principais plantas alimentares era muito mais importante do que a altitude. Uma vez que estas eram principalmente de origem tropical – em especial o milho, o feijão, o pimentão e a abóbora – as densidades populacionais humanas eram maiores nas baixas latitudes, onde a comida era mais abundante. No Leste da América do Norte, por exemplo, o cultivo do milho raramente se estendia para Norte da região dos Grandes Lagos, onde as populações indígenas eram muito escassas. Sem dúvida que as grandes civilizações, como a Mexica, a Maia e a Inca, dependiam inteiramente de um cultivo eficiente das plantas alimentares indígenas. Não foi portanto por acidente que essas culturas complexas se desenvolveram dentro dos trópicos.
Milênios de desenvolvimento cultural e de diversidade ambiental provocaram diversas adaptações sociais. As culturas mais complexas foram as da Mesoamérica e na área dos Andes, basicamente território do Império Inca e dos seus predecessores.  Estas eram as áreas «nucleares» da antiga América, com grandes Estados políticos e altamente organizados, com cidades, arquiteturas e esculturas monumentais e, o que as caracteriza são as religiões de Estado organizadas, tendo estas uma forte relação com a natureza. Entre as duas áreas ditas nucleares encontrava-se a Baixa América Central – Colômbia, Venezuela Ocidental e Norte do Equador – definida pelos arqueólogos, por falta de um termo mais apropriado – por «área intermédia». 
Aqui as densidades populacionais eram elevadas porque a cultura do milho era a regra geral, sendo que o nível de organização, no geral, era o das chefias locais, com a excepção dos Muiscas que estavam constituídos numa ampla confederação. O mesmo sistema de chefias locais era também a realidade nas ilhas Caraíbas, as primeiras terras do continente americano a serem contactadas pelas expedições de Colombo e que este estava firmemente convencido fazerem parte dos contornos da Ásia. Para Norte e Sul da Mesoamérica e da área dos Andes existiam sociedades que eram menos complexas mas também dependentes da agricultura, como a cultura mississipiense do Leste e Sudeste dos Estados Unidos, que produziu grandes cidades, como Cahokia, cuja característica também foi a de construir elevadas estruturas piramidais.

A Leste da cadeia dos Andes, nas florestas tropicais do rio Orinoco e da bacia do Amazonas, existiam (e ainda existem) sociedades de nível tribal e de chefia local com uma base econômica que está mais dependente da mandioca do que do milho. Apesar de poderem parecer «primitivas» para os olhos ocidentais, é aí que pode ser encontrada a chave para a vida sedentária e para certos aspectos da religião pré-colombiana da América do Sul. 
Os americanos indígenas que viviam para lá da zona onde a agricultura poderia ser eficiente, para Norte e Sul da área com um número suficiente de dias sem gelos que permitisse o amadurecimento de culturas de origem tropical, tinham por força que seguir um modo de vida de caçadores-recolectores. Sob certos aspectos, este modo de vida demonstrava algumas semelhanças com a economia nômada dos caçadores de finais do Plistocênico que primeiro colonizaram o hemisfério ocidental. 

Contudo, seria um engano colocar todos os povos não agrícolas da antiga América dentro de um mesmo saco, porque alguns possuíam economias muito especializadas e com frequência altamente produtivas, tal como o caso dos pescadores de salmão do Noroeste do Pacífico, que viviam em grandes povoações sedentárias, e os Inuits-Aleútes da extremidade Norte da América do Norte, com a sua exploração de mamíferos marinhos, como as focas e baleias.
Temos de fazer uma outra advertência quando lidamos com culturas indígenas americanas de fora das áreas nucleares, que é a de não nos deixarmos influenciar pelo seu «presente etnográfico». Quando os europeus e os euro-americanos exerceram pressões demográficas, políticas, econômicas e culturais sobre as populações indígenas, introduziram também novos elementos que alteraram para sempre a vida nativa, enquanto, e ao mesmo tempo, eram eles quem descrevia essas culturas. 


Um caso exemplar é o do estilo de vida tradicional dos indígenas das planícies do Oeste Norte Americano, ainda considerados como os mais típicos dos americanos originais. Outrora quase só orientados para a caça ao búfalo, esta cultura tornou-se completamente dependente do cavalo doméstico, introduzido na América do Norte pelos espanhóis. O «presente etnográfico» o manual que regista a cultura das planícies – cobre apenas o período de nomadismo a cavalo do período pós-contacto, já no século XVII.


Civilizações Pré-Colombianas


História do Império Inca


Império Asteca


Os Maias




COLONIZAÇÃO DO BRASIL

Neste breve documentário o antropólogo Darcy Ribeiro traça uma descrição sobre os povos indígenas que habitavam o Brasil na ocasião da chegada dos portugueses. Descreve quem eram estes povos, suas tradições e culturas, concepções de mundo e território, a divisão social do trabalho, as práticas religiosas, as guerras, etc., e como estes povos influenciaram na cultura e modos de vida da sociedade brasileira.







Antes da colonização, nós indígenas, tínhamos uma cultura própria, com nossa lei e religião. Tínhamos a nossa tradição. Quando os “civilizados” estrangeiros (portugueses, espanhóis, ingleses, franceses, holandeses...) chegaram aqui, nas nossas terras, nós não impusemos nenhum preconceito nem exigências.
Hoje, para tudo nos exigem burocracia. Para vivermos nas nossas terras é necessário o aval de um técnico em antropologia e isso é um processo demorado. Até para o índio vender seu artesanato na cidade precisa ter autorização da prefeitura ou de algum poder público. Nós é que temos que lutar para viver e trabalhar nas nossas terras!
Quando o homem branco chegou aqui no Brasil, não o tratamos dessa forma. Alguns historiadores contam que houve casos em que os índios recebiam os brancos com alegria. O governo do Brasil mentia dizendo que os índios eram página virada. Somos memória viva!
Nós, lideranças indígenas do Brasil, nos reunimos em setembro de 1998 em Porto Seguro para avaliar estratégias para divulgar as verdades ao público. Nessa ocasião, estudamos e entendemos que somente através da luta daríamos a resposta.
Até então, as terras não estavam demarcadas; nossos direitos eram negados; a precariedade do serviço de saúde era uma armadilha para nos matar; a educação não atendia os interesses das populações indígenas, nem respeitava nossos costumes e tradições. Não tínhamos liberdade nem para transitar por nossas matas, não podíamos caçar, não podíamos pescar. O governo planejava a “Festa dos 500 anos”, a “Festa da Colonização”, comemorando, assim, o roubo de nossas terras.
Em abril de 2000 houve muita repressão policial e a compra de algumas lideranças indígenas por parte do governo baiano e também do federal. Parecia uma derrota, mas a gente se organizou e deu a resposta. Reconstruímos a Resistência Indígena, retomando os Parques de Monte Pascoal e do “Descobrimento” e ainda fizemos mais de quinze retomadas ao redor e surgiram outras tantas retomadas Brasil a fora! Para nós resultaram 13 aldeias que estão vivas até hoje.

Em Porto Seguro: Barra Velha, Bugigão, Xandó, Pará, Campo do Boi, Ribeirão, Meio da Mata, Boca da Mata, Caciana, Pé do Monte, Guaxuma, Aldeia Velha, Imbiriba;
Em Prado: Aldeia Nova do Monte Pascoal, Corumbauzinho, Craveiro, Águas Belas, Tauá, Monte
Dourado, Pequí, Pequí Velho, Alegria Nova, Kay, Tibá, Gurita, Cumuruxatiba;
Em Santa Cruz de Cabrália: Coroa Vermelha, Nova Coroa, Juerana, Arueira, Aldeia da Agricultura, Mata Medonha e;
Em Itamaraju: Trevo do Parque.

Quando os irmãos indígenas tiverem a consciência da luta, quando as verdades chegarem à mente de cada um, seremos fortes a ponto de vencermos todas as batalhas.
Acredito que hoje existem muitos guerreiros com coragem de morrer na luta. Guerreiros que não  desistem de lutar pelo direito do seu povo, que não se vendem, não se corrompem, não aceitam empregos e não usam a ganância. Eu, Xarru Ingorá Mirim, sou um deles. 


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